terça-feira, 24 de novembro de 2009

When We were Beautiful

O segredo da longevidade

Estreou em Abril no Tribeca Film Festival 2009 e, depois de algumas exibições televisivas em canais americanos, foi distribuído em todo o mundo através da edição deluxe do 11.º álbum de originais dos Bon Jovi, “The Circle”. “When We Were Beautiful”, de Phil Griffin, conta a conturbada história da banda de New Jersey, pela primeira vez com a autorização dos protagonistas.
Depois de realizar “Donny Osmond: Live at Edindurgh Castle” e “Britney: For The Record” e de fotografar a intimidade das estrelas inúmeras vezes, Phil Griffin, passou de fotógrafo contratado para acompanhar a banda na digressão mais rentável do ano 2008 - a “Lost Highway Tour”, que teve um interregno quando a banda visitou Lisboa para actuar no festival Rock in Rio – a documentarista depois de um convite de Jon Bon Jovi e apenas – diz ele - porque este lhe garantiu que podia ser tão honesto no filme como estava a ser nas fotografias. O resultado são cerca de 90 minutos de filme a preto e branco - uma opção artística do realizador que enfatiza a seriedade da obra - onde se apresenta uma banda de senhores crescidos, metódicos e profissionais, mais do que um grupo de miúdos de 40 anos que tira prazer da música.
Para os fãs da banda não será novidade o facto de Jon Bon Jovi se auto-intitular “o CEO de uma companhia que tem gerido uma marca ao longo de 25 anos”. Mas há outras expressões e revelações emblemáticas.
Jon diz que quer “esgotar o deserto e mais do que uma vez” e que “o dia em que a mulher do baixista lhe diz quando é que pode fazer uma digressão nunca vai chegar…”. Richie Sambora, o guitarrista, fala do seu passado recente (que incluiu um internamento numa clínica de reabilitação) e a explica que o seu único objectivo é fazer o Jon feliz. Tico Torres, o baterista, assume o seu passado ligado ao álcool e mostra-se mudado e amante de arte. David Bryan, o teclista, admite não estar totalmente feliz com a liderança absoluta de Jon na banda e revela a sua felicidade por ser bem sucedido a escrever musicais, um projecto próprio.
Ao público em geral, além do fascínio pelo voyeurismo da intimidade de quatro das maiores estrelas da música internacional, interessa, talvez, perceber a dimensão do negócio da marca Bon Jovi. E se, como documentário, a obra é banal - baseando-se em entrevistas pessoais e recolha de imagens ao vivo, com algumas relíquias do passado à mistura –,para quem gosta de música ela serve como “documento histórico”: um retrato completíssimo sobre a vida, evolução e filosofia de – quer se queira, quer não - uma das mais bem sucedidas bandas do mundo.

Classificação:
****