quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sexo e a Cidade 2 (Sex and the City 2)

Pouco sexo e pouca cidade

Estou um pouco desiludida com este filme. Já sei que é uma sequela e que as sequelas – salvo raríssimas excepções – são sempre piores do que o original. Mas, mesmo assim, as minhas expectativas estavam altas. Eu sou daquelas fãs, mesmo fãs, da série e, em 2008, temi muito o salto para o grande ecrã. A produção fez questão de manter a mesma equipa criativa e eu achava duvidoso que um guionista de TV conseguisse fazer a transição para a escrita para cinema sem vícios. Mas dei a mão à palmatória e achei o primeiro filme fabuloso. Encheu-me as medidas. Portanto, estava ansiosa por ver o seguinte, convencida de que os vícios se tinham perdido na primeira experiência cinematográfica. Estava enganada.
Este filme é apenas um episódio longo da série e dos mais fraquinhos. É uma hipótese de história mal explorada e superficial.
Se a Carrie vai ter uma crise no casamento, então, por favor, arranjem-lhe uma crise a sério! As dúvidas e questões da personagem neste filme estão ao nível da escola primária. Isto é, são questões que passam pela cabeça de qualquer mulher pelo menos uma vez por mês numa relação longa e não motivos para atravessar um oceano cheia de angústias e ir beijar o ex-namorado. Mas, assumindo que a personagem estava frágil, precisava de consolo e beijava, de facto, o ex-namorado, então, por favor, exagerem a questão, porque isto é cinema! E explorem a personagem do Aidan, que o público feminino adora e que aqui serviu apenas de adorno: sem continuidade, sem profundidade, sem voto na matéria. O mesmo acontece com todas as outras personagens masculinas.
Já sei que é uma obra que dá destaque à voz feminina, mas, em ocasiões anteriores, eram as acções dos homens que levantavam questões, que faziam as quatro amigas reagir, avançar. Desta vez não. Steve, Harry, Smith Jerrod, personagens marcantes da série, não chegam desta vez à qualidade de personagens secundárias. Estão lá, mas sem intervir verdadeiramente na acção. Só o Mr. Big tem um pouco mais de protagonismo, mas ele resume-se a comprar um plasma e a sentar-se no sofá…
As storylines das quatro personagens são, neste filme, potencialmente interessantes… mas mal exploradas, superficiais, tal como todos os ambientes circunstâncias em que foi colocada a acção (Médio Oriente: a repressão da sexualidade, a repressão da feminilidade, o uso da burka, etc.). Há um sem número de temas fascinantes, colocados em destaque, abordados de forma corajosa e logo a seguir… esquecidos. Quiseram-se destacar assuntos pertinentes a mais, não conseguindo depois ir ao cerne de nenhum.Fiquei com saudades das miúdas na mesma. Especialmente da Sam.
A Sam que apareceu neste filme não é credível. É ela, mas não com 52 anos e sim com 27, no máximo! Ou alguém acredita que, depois de um cancro, depois de uma relação profunda e compensadora (que, como tudo, na vida acabou, mas não deixou de ser compensadora), ela voltava a ser absolutamente leviana e sem qualquer desejo de intimidade…? Sexualmente livre, tudo bem! Mas com alguma maturidade, alguma busca por algo diferente, porque aos 52 anos a sexualidade não pode ser igual aos 20… Mas não. A personagem voltou ao início da série. Os anos não passaram. As situações não pesaram, não a mudaram. …Bom, há questão da menopausa. A menopausa da Sam é o comic relief. Aliás, a Sam é sempre o comic relief o que é óptimo, só que este tema em particular merecia mais profundidade, mais seriedade, mais clareza, mesmo fazendo rir (ou especialmente quando faz rir…).
O melhor momento do filme é a sequência quase final, em que as quatro mulheres voltam ao mercado local de Abu Dhabi. Finalmente há ritmo e bom humor e tudo aquilo que falta no resto do filme. Pena que só dure uns 5 minutos…As ideias são boas, os actores são bons, a produção é excelente (embora já seja MUITO cansativo aquele brand placement ininterrupto, a ponto de, a meia hora de filme, o espectador comum já estar FARTO de ver, ouvir, engolir marcas!!!). Com tudo o que o filme tem de mau, ainda fica a vontade de ver mais... A porta mantém-se aberta para o próximo filme. Eu - sempre fã da Carrie, da Charlotte, da Miranda e da Samantha - aguardo-as ansiosamente.

Classificação:
***

StreetDance 3D (StreetDance 3D)

Dançar está na moda e faz bem à alma

Carly ganha a vida a vender sanduíches, mas o que ela gosta mesmo é de dançar. Sem qualquer formação clássica, a jovem inglesa aprendeu tudo o que sabe com o namorado Jay, líder de um grupo de street dance que está a competir pelo lugar de melhor dance crew do Reino Unido. A pouca semanas da final do concurso, Jay pede um tempo à namorada e aos companheiros e desaparece. Carly herda e equipa e é obrigada a enfrentar, não só problemas criativos e de liderança, mas também as suas próprias inseguranças. De forma tentar vencer o concurso, a equipa vê-se forçada a ensaiar com os bailarinos da Escola Real de Bailado em troca da utilização do espaço da escola para treinar. E as diferenças não vão ser só de estilo...
A história é muito básica e própria para adolescentes. Mas quem vai ver um filme destes vai essencialmente à procura de excelentes bailarinos. E, isso, encontra de certeza. As piruetas da street dance e do ballet em 3D são do melhor que o género tem oferecido. Esqueçam os filmes de animação e corram ao cinema para ver bailarinos extraordinários suspensos à frente dos olhos da plateia se querem desfrutar da verdadeiramente da sensação 3D. Mil vezes mais bem conseguido do que um Avatar no que diz respeito a esta nova tecnologia! E, para quem ama Londres, esta é também a oportunidade de ver a cidade capturada de forma deslumbrante em filme, com respeito e profundidade. Para mim, ela é mais uma personagem do filme.
Entretenimento digno e puro.

Classificação:
****