terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Parceiros no Crime (The code - Thick as Thiesves)

Os assaltos do costume

Dois grandes actores em tela num género gasto mas cheio de energia. Banderas deixa um pouco a desejar n´algumas cenas de texto mais extenso, no entanto é um guião cheio de reviravoltas na acção.
A sinopse conta: "Enquanto executava um golpe relacionado com jóias, Jack encontra Ripley, um lendário ladrão que se preparava para o mesmo assalto. Apesar da relutância inicial de Jack, Ripley planeia inclui-lo no seu próximo trabalho: o roubo de dois Ovos Imperiais Fabergé de valor incalculável de um dos mais seguros cofres de um revendedor de diamantes. Tudo começa a ser delineado ao detalhe até que a afilhada de Ripley (Radha Mitchell) é raptada pelo KGB. Estando um passo à frente da polícia de Nova Iorque, do FBI, dos comerciantes de diamantes e do viciado patrão da máfia russa que anseia ter os ovos só para ele, Jack e Ripley terão de arranjar uma maneira de executar o assalto e sair de lá com vida…"
Morgan Freeman teve um ano de trabalho interessante, deixando de lado a personagem que faz desde os Condenados de Shawshank, estando agora mais versátil, mostrando uma dinâmica mais mundana e não tanto a de "Deus a falar para os comuns mortais".
Radha Mitchell faz um convincente papel de russa, não deixando advinhinhar a sua proveniência Australiana.


Classificação:

****

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Precious (Precious)

Dois Oscars para as actrizes?

“Clareece ‘Precious’ Jones, é uma adolescente obesa, iletrada, mãe solteira e grávida do pai, que vive em Harlem e é vítima de constantes abusos físicos e psicológicos por parte da sua mãe, mas está disposta a ultrapassar todos os obstáculos, porque a vida é preciosa. Uma história de luta, coragem e determinação.”
Esta á a sinopse deste drama para maiores de 16 anos (pelo menos em Portugal) que está a dar que falar por onde quer que passe. O filme está nomeado para QUATRO Baftas e SEIS Oscars! Teve, ao todo e até agora, 57 nomeações para prémios e já ganhou 53 deles, entre festivais e prémios da crítica, incluindo um Globo de Ouro (para melhor actriz secundária)!
Uma coisa é certa, as duas actrizes que fazem de mãe e fila – Mo’Nique e Gabourey Sidibe – merecem todas as nomeações e todos os prémios que lhes caírem no colo, especialmente a primeira. A cena que esta “mão monstro” partilha com a “filha” e com Mariah Carey ficará para os anais da história do cinema como uma das mais intensas e bem conseguidas de sempre. Mo’Nique - até aqui uma actriz sem grande destaque - não terá de provar mais nada a ninguém! Ah! E, caso estejam a questionar-se sobre o desempenho de Mariah Carey como assistente social, apesar de não ser digno de Óscar, é bem bom! Parabéns à diva! O mesmo se aplica a Lenny Kravitz, irreconhecível no papel do sexy “nurse John”. Duas belas surpresas!
Mas a maior de todas será Gabourey Sidibe, que, apesar de ter sido escolhida para fazer parte de uma peça na escola quando era miúda, nunca quis ser actriz. Tendo crescido em Harlem e lido o livro de Sapphire, “Push”, no qual é baseado esta obra, ela foi a uma audição para o papel de Precious “porque sim” e, contra as suas próprias expectativas, acabou como protagonista do filme… e nomeada para um Oscar de melhor actriz!!! Ainda por cima… merecidamente!
São tudo razões mais do que fortes para ver esta obra-prima, produzida pela mega estrela Oprah Winfrey (apesar de as fofocas hollywoodescas garantirem que ela não poderá receber o Oscar porque terá sido adicionada à ficha técnica como produtora executiva DEPOIS de o filme estar terminado e apenas para que ele beneficiasse da associação ao seu nome famoso…).

Classificação:
****

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Homens que Matam Cabras só com o Olhar (The Men Who Stare at Goats)

Para sorrir...

Infelizmente, se vai ao cinema à espera de mais um super-filme de Clooney, esqueça o assunto. Este é mais um filme mediano em época alta com um actor que dá exposição a um filme que não o merece... Ainda assim, é um filme bem disposto e com duas ou três piadas boas, mas fica por aí. A sinopse conta :"The Man Who Stares at Goats" coloca Ewan McGregor na pele de um jornalista desesperado por uma história bombástica, que pensa encontrá-la ao conhecer Lyn Cassady (George Clooney), que afirma ser um ex-soldado norte-americano do departamento de psíquicos, reactivado após o 11 de Setembro. As revelações de Cassady são quase inacreditáveis, e incluem a tarefa de matar cabras telepaticamente simplesmente ao olhar para elas. Jeff Bridges interpreta o fundador do programa de soldados psíquicos e Kevin Spacey outro ex-soldado com poderes mentais que gere um campo de prisioneiros no Iraque".
No entanto, a personagem de Ewan procura não apenas uma notícia bombástica mas sim provar á família que é um homem mais interessante do que a sua rotina...
Pelas boas piadas...

Classificação:
***

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

The Oscars 2010

NOMINEES FOR THE 82nd ACADEMY AWARDS

Actor in a Leading Role
Jeff Bridges in “Crazy Heart”
George Clooney in “Up in the Air”
Colin Firth in “A Single Man”
Morgan Freeman in “Invictus”
Jeremy Renner in “The Hurt Locker”

Actor in a Supporting Role
Matt Damon in “Invictus”
Woody Harrelson in “The Messenger”
Christopher Plummer in “The Last Station”
Stanley Tucci in “The Lovely Bones”
Christoph Waltz in “Inglourious Basterds”

Actress in a Leading Role
Sandra Bullock in “The Blind Side”
Helen Mirren in “The Last Station”
Carey Mulligan in “An Education”
Gabourey Sidibe in “Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire”
Meryl Streep in “Julie & Julia”

Actress in a Supporting Role
Penélope Cruz in “Nine”
Vera Farmiga in “Up in the Air”
Maggie Gyllenhaal in “Crazy Heart”
Anna Kendrick in “Up in the Air”
Mo’Nique in “Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire”

Animated Feature Film
“Coraline” Henry Selick
“Fantastic Mr. Fox” Wes Anderson
“The Princess and the Frog” John Musker and Ron Clements
“The Secret of Kells” Tomm Moore
“Up” Pete Docter

Art Direction
“Avatar” Art Direction: Rick Carter and Robert Stromberg; Set Decoration: Kim Sinclair
“The Imaginarium of Doctor Parnassus” Art Direction: Dave Warren and Anastasia Masaro; Set Decoration: Caroline Smith
“Nine” Art Direction: John Myhre; Set Decoration: Gordon Sim
“Sherlock Holmes” Art Direction: Sarah Greenwood; Set Decoration: Katie Spencer
“The Young Victoria” Art Direction: Patrice Vermette; Set Decoration: Maggie Gray

Cinematography
“Avatar” Mauro Fiore
“Harry Potter and the Half-Blood Prince” Bruno Delbonnel
“The Hurt Locker” Barry Ackroyd
“Inglourious Basterds” Robert Richardson
“The White Ribbon” Christian Berger

Costume Design
“Bright Star” Janet Patterson
“Coco before Chanel” Catherine Leterrier
“The Imaginarium of Doctor Parnassus” Monique Prudhomme
“Nine” Colleen Atwood
“The Young Victoria” Sandy Powell

Directing
“Avatar” James Cameron
“The Hurt Locker” Kathryn Bigelow
“Inglourious Basterds” Quentin Tarantino
“Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire” Lee Daniels
“Up in the Air” Jason Reitman

Documentary (Feature)
“Burma VJ” Anders Østergaard and Lise Lense-Møller
“The Cove” Nominees to be determined
“Food, Inc.” Robert Kenner and Elise Pearlstein
“The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers” Judith Ehrlich and Rick Goldsmith
“Which Way Home” Rebecca Cammisa

Documentary (Short Subject)
“China’s Unnatural Disaster: The Tears of Sichuan Province” Jon Alpert and Matthew O’Neill
“The Last Campaign of Governor Booth Gardner” Daniel Junge and Henry Ansbacher
“The Last Truck: Closing of a GM Plant” Steven Bognar and Julia Reichert
“Music by Prudence” Roger Ross Williams and Elinor Burkett
“Rabbit à la Berlin” Bartek Konopka and Anna Wydra

Film Editing
“Avatar” Stephen Rivkin, John Refoua and James Cameron
“District 9” Julian Clarke
“The Hurt Locker” Bob Murawski and Chris Innis
“Inglourious Basterds” Sally Menke
“Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire” Joe Klotz

Foreign Language Film
“Ajami” Israel
“El Secreto de Sus Ojos” Argentina
“The Milk of Sorrow” Peru
“Un Prophète” France
“The White Ribbon” Germany

Makeup
“Il Divo” Aldo Signoretti and Vittorio Sodano
“Star Trek” Barney Burman, Mindy Hall and Joel Harlow
“The Young Victoria” Jon Henry Gordon and Jenny Shircore

Music (Original Score)
“Avatar” James Horner
“Fantastic Mr. Fox” Alexandre Desplat
“The Hurt Locker” Marco Beltrami and Buck Sanders
“Sherlock Holmes” Hans Zimmer
“Up” Michael Giacchino

Music (Original Song)
“Almost There” from “The Princess and the Frog” Music and Lyric by Randy Newman
“Down in New Orleans” from “The Princess and the Frog” Music and Lyric by Randy Newman
“Loin de Paname” from “Paris 36” Music by Reinhardt Wagner Lyric by Frank Thomas
“Take It All” from “Nine” Music and Lyric by Maury Yeston
“The Weary Kind (Theme from Crazy Heart)” from “Crazy Heart” Music and Lyric by Ryan
Bingham and T Bone Burnett

Best Picture
“Avatar” James Cameron and Jon Landau, Producers
“The Blind Side” Nominees to be determined
“District 9” Peter Jackson and Carolynne Cunningham, Producers
“An Education” Finola Dwyer and Amanda Posey, Producers
“The Hurt Locker” Nominees to be determined
“Inglourious Basterds” Lawrence Bender, Producer
“Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire” Lee Daniels, Sarah Siegel-Magness and Gary Magness, Producers
“A Serious Man” Joel Coen and Ethan Coen, Producers
“Up” Jonas Rivera, Producer
“Up in the Air” Daniel Dubiecki, Ivan Reitman and Jason Reitman, Producers

Short Film (Animated)
“French Roast” Fabrice O. Joubert
“Granny O’Grimm’s Sleeping Beauty” Nicky Phelan and Darragh O’Connell
“The Lady and the Reaper (La Dama y la Muerte)” Javier Recio Gracia
“Logorama” Nicolas Schmerkin
“A Matter of Loaf and Death” Nick Park
Short Film (Live Action)
“The Door” Juanita Wilson and James Flynn
“Instead of Abracadabra” Patrik Eklund and Mathias Fjellström
“Kavi” Gregg Helvey
“Miracle Fish” Luke Doolan and Drew Bailey
“The New Tenants” Joachim Back and Tivi Magnusson

Sound Editing
“Avatar” Christopher Boyes and Gwendolyn Yates Whittle
“The Hurt Locker” Paul N.J. Ottosson
“Inglourious Basterds” Wylie Stateman
“Star Trek” Mark Stoeckinger and Alan Rankin
“Up” Michael Silvers and Tom Myers

Sound Mixing
“Avatar” Christopher Boyes, Gary Summers, Andy Nelson and Tony Johnson
“The Hurt Locker” Paul N.J. Ottosson and Ray Beckett
“Inglourious Basterds” Michael Minkler, Tony Lamberti and Mark Ulano
“Star Trek” Anna Behlmer, Andy Nelson and Peter J. Devlin
“Transformers: Revenge of the Fallen” Greg P. Russell, Gary Summers and Geoffrey Patterson

Visual Effects
“Avatar” Joe Letteri, Stephen Rosenbaum, Richard Baneham and Andrew R. Jones
“District 9” Dan Kaufman, Peter Muyzers, Robert Habros and Matt Aitken
“Star Trek” Roger Guyett, Russell Earl, Paul Kavanagh and Burt Dalton
Writing (Adapted Screenplay)
“District 9” Written by Neill Blomkamp and Terri Tatchell
“An Education” Screenplay by Nick Hornby
“In the Loop” Screenplay by Jesse Armstrong, Simon Blackwell, Armando Iannucci, Tony Roche
“Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire” Screenplay by Geoffrey Fletcher
“Up in the Air” Screenplay by Jason Reitman and Sheldon Turner

Writing (Original Screenplay)
“The Hurt Locker” Written by Mark Boal
“Inglourious Basterds” Written by Quentin Tarantino
“The Messenger” Written by Alessandro Camon & Oren Moverman
“A Serious Man” Written by Joel Coen & Ethan Coen
“Up” Screenplay by Bob Peterson, Pete Docter, Story by Pete Docter, Bob Peterson, Tom
McCarthy

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Invictus

Oscar para melhor actor? ...Ou talvez não...

Morgan Freeman faz , na essência, sempre o mesmo papel: alguém sábio, calmo e ponderado, personificando a voz da razão. No mais recente filme de Clint Eastwood, as exigências da personagem não são muito diferentes. No entanto, desta vez, a personagem é real. Ela existe de facto!
Interpretar Nelson Mandela - um ícone da liberdade, até na America - exigiu todo o talento do actor… E ele entregou uma performance digna e imaculada, tão assertiva que, neste momento, a cara de Mandela dos anos 90 é substituída, na minha memória, pela cara de Freeman!
A nomeação para o Oscar é justa e Freeman (ou, como salientou Mandela, free man) poderia ter neste filme a personagem perfeita para ganhar mais uma estatueta (ganhou os Oscar de Melhor Actor Secundário com “Million Dollar Baby”), ou não seja ela biográfica e exultante de valores que os membros da academia tanto apreciam. O problema é que a transformação física e psicológica do actor não foi suficiente para nos deixar surpreendidos e, este ano, a concorrência é forte…
O melhor do filme é, sem dúvida, esta personagem e o que ela conseguiu fazer com “tão pouco” naquela altura.
Apesar de não ser a melhor obra de Eastwood e de o guião não ser, em nada, surpreendente, a mera ideia de que a história é real é avassaladora e garante ao filme o rótulo de “Need to see!”.

Calssificação:
****

A Bela e o Paparazzo

Um doce em português


António-Pedro Vasconcelos anda a fazer cinema. Cinema, com “C” grande. Aquele “cinema” que é preciso que exista num país antes de haver “cinema de autor”, que tantos em Portugal têm a pretensão de poder fazer. Já o tínhamos visto, por exemplo, em “Os Imortais” e “Call Girl”. E, desta vez, o realizador – com a preciosa ajuda de Tiago Santos como argumentista (que também já tinha dado o seu contributo em “Call Girl”) – dá-nos um presente: uma deliciosa comédia romântica.
Não me lembro de ter visto este género em português desde os filmes dos anos 40. Ou, se vi, não me ficou na memória (vá-se lá saber porquê…). Por isso, num país sisudo nas notícias, nas atitudes e, nos últimos anos, no cinema, António-Pedro Vasconcelos surpreende-nos com um filme leve e engraçado.
O elenco é absolutamente extraordinário. As figuras principais – Soraia Chaves (a fazer da vedeta Mariana, vítima das revistas cor-de-rosa) e Marco d’Almeida (o simpático paparazzo) – relacionam-se com a ternura e a química necessárias para que a sua história seja interessante. No que diz respeito à bela Soraia, dificilmente uma comédia lhe daria a oportunidade de superar a extraordinária performance que teve em “Call Girl”, mas, mesmo assim, consegue convencer-nos de que é uma rapariguinha a braços com os erros que cometeu na busca pela fama. Marco d’Almeida, a fazer de bom rapaz com uma pitada de artista infeliz, supera neste filme qualquer pedaço de novela em que o grande público o possa ter visto.
Os actores secundários são fabulosos, bem como os sub plots que os autores lhes ofereceram. Talvez este seja o verdadeiro segredo do sucesso do filme.... Pedro Laginha (um chef fascinado por japonesas), Maria João Falcão (uma editora de revistas cor-de-rosa dependente do açúcar e com uma boca porca), Ivo Canelas (o médico atiradiço), Nicolau Breyner (o realizador gay desanimado com a profissão) e, claro!, o inefável Nuno Makl - aqui oferecido ao público como um Kinder Supresa (perdoem-me a publicidade!) - contribuem em muito para o gracioso resultado final da obra. No caso de Nuno Markl, o enredo secundário da personagem – ele vai declarar a independência do prédio - é inesperado e mantém o público a rir a bom rir. Uma verdadeira revelação.
“A Bela e o Paparazzo” (que esteve para se chamar “Os Pinguins Só Ficam Cá Até Sábado”!) é, então, uma comédia romântica sem pretensões a ser mais do que isso. E, por isso mesmo, é um óptimo filme, independentemente dos critérios usados para o avaliar.
…Infelizmente, por se tratar de cinema português, talvez seja melhor especificar o que é que é bom: os actores são óptimos, o enredo é muito divertido e com alguns pormenores de verdadeiros artistas da escrita e, sim!,a imagem também é boa, bem como o som e a banda sonora…
Tenho dito…

Classificação:
*****