Este filme não é para toda a gente. Há quem vá achar que é paradão, chato, desinteressante. Há quem pense que foi perder duas horas ao cinema. Para mim é um dos melhores filmes de um ano carregadinho de óptimos filmes.
Revolutionary Road é acerca do comportamento humano. Só. Recheado que subtilezas e leituras nas entrelinhas, pouco é o que diz e muito o que deixa para sentir.
Concretamente, Leo e Kate fazem o papel de um casal no meio de uma crise matrimonial. Ela está farta da vidinha nos subúrbios e quer mudar tudo. Ele está aborrecido e desiludido também, mas não sabe o que quer. Amam-se, mas não estão a conseguir encontrar-se. A aparente solução para a crise chega com a sugestão de se mudarem para Paris. Enquanto prepara a mudança, o casal volta a ser feliz, contra tudo e contra todos. Mas a vida é cheia de surpresas e nem tudo corre conforme o previsto. Há quem duvide, quem critique, quem interfira e quem mude de ideias...
É um filme sobre um casal perante o qual ninguém fica indiferente. E o desafio para o espectador é descobrir porquê. Porque é que eles são especiais? Quem encontrar a resposta para esta pergunta, ficará a conhecer-se melhor a si próprio. A interpretação de cada reacção, de cada mudança na história, de cada questão levantada é muito pessoal e diz muito sobre cada um de nós.
As interpretações são excelentes (embora não seja um filme pelo qual eu daria um prémio à Kate), o guião é brilhante, a realização e cinematografia adequadas e cheias de subtilezas que enriquecem a história e os cenários são fantásticos. Só não é, para mim, o melhor filme do ano porque não traz nada de novo em termos estéticos.
Classificação:
*****