terça-feira, 3 de março de 2009

O Curioso Caso de Banjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button)

Tem tudo para ser um grande filme. Uma história que atravessa gerações. Uma personagem principal diferente. Um romance arrebatador. Cenários magníficos. Um guião consistente que acaba por ser verosímil. E lições de vida. Mas não chega para ser um filme que ganha 13 Oscars. Não é uma biografia de uma personagem real, não exige do actor nenhuma adaptação física difícil (os efeitos visuais do filme são, salvo raríssimos momentos, brilhantes), não nos ensina muito acerca de história ou de sociologia ou de política. Não nos mostra cultura demasiado exóticas. É entretenimento puro. E entretenimento não ganha Oscars. …Só por isso o filme não deslumbra totalmente.
“O Estranho Caso de Benjamin Button” é um filmezão. Um épico, duro, longo, bem estruturado, que prolonga a dor de uma vida difícil, mas que nem por isso passa ao lado dos prazeres da vida. Um amor infantil e impossível, transforma-se numa paixão arrebatadora e depois num carinho respeitoso e cheio de deveres, deixando-nos a todos com um nó na garganta que perdura durante dias… Pelo menos até nos lembrarmos que a vida está nas nossas mãos.
Benjamin tinha uma razão objectiva que o fazia ser diferente dos outros(nasceu velho e morreu novo). Era efectivamente diferente, havia algo que o impedia de viver como queria viver, de ser “normal”, de ser feliz. Mesmo assim, soube sê-lo. A nós, espectadores em geral, são apenas os “macaquinhos no sótão” que nos impedem de atingir a felicidade. Nem que seja apenas para tirar essa conclusão ao sair da sala de cinema, já valeu a pena pagar o bilhete... Não?


Classificação:
****