Faço minhas as palavras do Primeiro-Ministro José Sócrates! Calma, não estamos a falar de política… Estamos a falar de filmes: Vão ver o “Milk”! Vale mesmo a pena!
Sean Penn é brilhante, incrível, soberbo, fantástico! Qualquer elogio fica aquém daquela interpretação. Ele foi PERFEITO, com maiúsculas. Já nem me lembro dele sem ser um gay orgulhoso. Se é straight, depois disto ninguém diria!
E os elogios ao filme não se resumem a Penn. É tudo bom. Bem delineado. Bem conseguido. Eficaz.
Este filme, sim, é uma biografia, da personagem Harvey Milk e da luta pelos direitos dos homossexuais. Acompanhamos Harvey desde que ele é um gay reprimido em Nova Iorque e se apaixona pelo companheiro que o faz mudar de vida, até ao seu momento final, já no congresso Norte Americano como senador por São Francisco e através de uma vida recheada de momento decisivos e cheios de determinação.
O elenco é brilhante nas suas interpretações. Até as personagens mais exuberantes são humanamente realistas. O guião é despretensioso e eficaz, tornando os momentos climáticos em peças naturais que se vão encaixando no puzzle, sem qualquer sensacionalismo ou aproveitamento gratuito. E Gus VanSant, sempre sem medo de mostrar as cenas mais cruas, leva-nos apenas aos limites do desconforto, não chegando a ultrapassá-los. Não podemos esquecer que estamos a falar de homossexualidade. E, mesmo depois de Brokeback Mountain, o pudor e o preconceito em revelar momentos íntimos entre dois homens mantêm-se no cinema. Mas não neste filme.
Em resumo, só não mereceu o Óscar de Melhor Filme porque apareceu o surpreendente “Slumdog Millionaire”…
Classificação:
*****