sexta-feira, 27 de março de 2009

Marley & Eu (Marley & Me)

O que espera de “Marley & Eu”? …Eu não esperava mais do que um filmezinho descontraído e bem disposto, com um cachorro irresistível e amoroso, no fundo, um retrato fiel de um bestseller despretensioso que eu não li. E foi isso que obtive.
Jannifer Aniston e Owen Wilson garantiam beleza e boa disposição e um monte de labradores (que interpretaram Marly desde o berço até à velhice) prometiam momentos de ternura. Não me enganei.
O filme concentra as atenções nas peripécias de um labrador irreverente que começa por ser apelidado de “o pior cão do mundo” e acaba por chegar a ser o elemento central de uma família coesa, em torno do qual todos giram, com mais ou menos benevolência e mais ou menos carinho, mas sempre tendo-o como o centro das atenções (o bicho faz por isso!). Ou seja, acompanhamos o percurso de Marly como parte integrante de uma família e não como um apêndice dispensável. Não é um filme sobre o amor aos animais, mas faz mais por essa mensagem do que todos os panfletos e campanhas da agressiva PETA (People for the Ethical Treatment of Animals).
E não há muito mais a dizer sobre “Marly & Eu”. A realização não se nota, nem a fotografia, nem a cinematografia. Os cenários são banais e competentes, cumprindo as funções pouco exigentes que lhes eram exigidas. O guião é simples e eficaz ou não tivesse por base os escritos de um jornalista. Aliás, talvez mereça referência o retrato da insatisfação do dono de Marly como jornalista. É uma side story simples, coerente, fiel à possível realidade de John Grogan. O mesmo para o retrato das crises e motivos de discórdia de um casamento entre duas pessoas que se amam. Bem escrito, sem momentos demasiado catárticos, mas com algumas lições.
No fundo, apesar de não ser um filme memorável, tudo é eficaz… e perfeitamente olvidável. Excepto, talvez, o cão e as frases finais, que numa tentativa de fazer o closure de um filme descontraído com uma espécie de resumo moral (tentação muitas vezes criminosa e que resulta em rotundos falhanços!), nos lembra que não há muitas pessoas que nos amem incondicionalmente e que nos fazem sentir especiais, mas há muitos animais que o fazem. Perfeito final para os animal lovers. …É o meu caso.

Classificação:
***