A prova de que há vida depois dos 50...
“Jane (Streep), mãe de três filhos já crescidos, proprietária de um restaurante / confeitaria em Santa Barbara, tem – após uma década de divórcio – uma relação amigável com o seu ex-marido, o advogado Jake (Baldwin). Mas quando Jane e Jake se encontram fora da cidade, por ocasião da cerimónia de final de curso do seu filho, as coisas começam a complicar-se. Uma inocente refeição a dois transforma-se no inimaginável – um caso. Com Jake casado com a bem mais jovem Agness (Lake Bell), Jane é agora – quem poderia imaginar?! – a outra mulher. Apanhado no meio do renovado romance está Adam (Martin), um arquitecto contratado para remodelar a cozinha de Jane. Ele próprio em recuperação de um sofrido divórcio, apaixona-se por Jane, mas rapidamente se apercebe que faz parte de um triângulo amoroso. Devem Jane e Jake prosseguir com as suas vidas ou é o amor de facto mais belo numa segunda oportunidade? Certo, certo é que Amar… É Complicado!”
Esta é das raríssimas vezes em que a Lusomundo divulgou um teaser decente sobre um filme… Valeu a pena ler, hem?… ;)
Meryl Streep é, mais uma vez, absolutamente soberba. Houve uma altura em que eu tinha a certeza absoluta de que ela não podia ser assim tão boa actriz. Ela tinha de ter feito alguma coisa má! Eu estava, aliás, segura, de que a moda de dizer bem da Meryl Streep se tinha enraizado de tal forma no planeta que, mesmo aqueles que não gostavam do desempenho dela num filme qualquer, se calavam-se para não serem apedrejados na rua. Mas quanto mais filmes vejo da Meryl Streep, mais certeza tenho de que ela só pode ser um extra-terrestre, vindo à terra para provar que os humanos são insignificantes e vergonhosos. Não é possível tanto talento existir num comum mortal. Não é plausível que alguém seja tão perfeito no que faz. Façam-se teses de Doutoramento sobre esta mulher, por favor! Investigue-se! Estude-se! Tem de existir um motivo para ela ser A melhor! Sempre! E linda! Sempre!
…Portanto, sobre o desempenho de Meryl estamos conversados…
O resto complica-se. Steve Martin, habituado a ter as gags todas para ele, parece aqui desconfortável por ser o que tem menos piadas no guião. E Alec Baldwin, apesar de ter um desempenho hilariante, não conseguiu resistir à tentação de transformar a personagem numa caricatura… O melhor, a par da diva, é o jovem John Krasinski! Surpreendente.
Pelo tema do filme, pelos sentimentos explorados nas personagens e pelos excelentes gags proporcionados aos espectadores, Nancy Meyers merecia quatro estrelas em cinco. Mas pela quantidade de clichés na construção das personagens, pela absoluta falta de surpresa no desenrolar da acção e pela superficialidade da maioria das personagens secundárias (pecado, aliás, muito comum nas designadas “comédias românticas”!) merecia umas vergonhosas duas estrelas. É um filme que não fica – infelizmente – para a história.
Classificação:
***