Oscar para melhor actor? ...Ou talvez não...
Morgan Freeman faz , na essência, sempre o mesmo papel: alguém sábio, calmo e ponderado, personificando a voz da razão. No mais recente filme de Clint Eastwood, as exigências da personagem não são muito diferentes. No entanto, desta vez, a personagem é real. Ela existe de facto!
Interpretar Nelson Mandela - um ícone da liberdade, até na America - exigiu todo o talento do actor… E ele entregou uma performance digna e imaculada, tão assertiva que, neste momento, a cara de Mandela dos anos 90 é substituída, na minha memória, pela cara de Freeman!
A nomeação para o Oscar é justa e Freeman (ou, como salientou Mandela, free man) poderia ter neste filme a personagem perfeita para ganhar mais uma estatueta (ganhou os Oscar de Melhor Actor Secundário com “Million Dollar Baby”), ou não seja ela biográfica e exultante de valores que os membros da academia tanto apreciam. O problema é que a transformação física e psicológica do actor não foi suficiente para nos deixar surpreendidos e, este ano, a concorrência é forte…
O melhor do filme é, sem dúvida, esta personagem e o que ela conseguiu fazer com “tão pouco” naquela altura.
Apesar de não ser a melhor obra de Eastwood e de o guião não ser, em nada, surpreendente, a mera ideia de que a história é real é avassaladora e garante ao filme o rótulo de “Need to see!”.
Calssificação:
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