António-Pedro Vasconcelos anda a fazer cinema. Cinema, com “C” grande. Aquele “cinema” que é preciso que exista num país antes de haver “cinema de autor”, que tantos em Portugal têm a pretensão de poder fazer. Já o tínhamos visto, por exemplo, em “Os Imortais” e “Call Girl”. E, desta vez, o realizador – com a preciosa ajuda de Tiago Santos como argumentista (que também já tinha dado o seu contributo em “Call Girl”) – dá-nos um presente: uma deliciosa comédia romântica.
Não me lembro de ter visto este género em português desde os filmes dos anos 40. Ou, se vi, não me ficou na memória (vá-se lá saber porquê…). Por isso, num país sisudo nas notícias, nas atitudes e, nos últimos anos, no cinema, António-Pedro Vasconcelos surpreende-nos com um filme leve e engraçado.
O elenco é absolutamente extraordinário. As figuras principais – Soraia Chaves (a fazer da vedeta Mariana, vítima das revistas cor-de-rosa) e Marco d’Almeida (o simpático paparazzo) – relacionam-se com a ternura e a química necessárias para que a sua história seja interessante. No que diz respeito à bela Soraia, dificilmente uma comédia lhe daria a oportunidade de superar a extraordinária performance que teve em “Call Girl”, mas, mesmo assim, consegue convencer-nos de que é uma rapariguinha a braços com os erros que cometeu na busca pela fama. Marco d’Almeida, a fazer de bom rapaz com uma pitada de artista infeliz, supera neste filme qualquer pedaço de novela em que o grande público o possa ter visto.
Os actores secundários são fabulosos, bem como os sub plots que os autores lhes ofereceram. Talvez este seja o verdadeiro segredo do sucesso do filme.... Pedro Laginha (um chef fascinado por japonesas), Maria João Falcão (uma editora de revistas cor-de-rosa dependente do açúcar e com uma boca porca), Ivo Canelas (o médico atiradiço), Nicolau Breyner (o realizador gay desanimado com a profissão) e, claro!, o inefável Nuno Makl - aqui oferecido ao público como um Kinder Supresa (perdoem-me a publicidade!) - contribuem em muito para o gracioso resultado final da obra. No caso de Nuno Markl, o enredo secundário da personagem – ele vai declarar a independência do prédio - é inesperado e mantém o público a rir a bom rir. Uma verdadeira revelação.
“A Bela e o Paparazzo” (que esteve para se chamar “Os Pinguins Só Ficam Cá Até Sábado”!) é, então, uma comédia romântica sem pretensões a ser mais do que isso. E, por isso mesmo, é um óptimo filme, independentemente dos critérios usados para o avaliar.
…Infelizmente, por se tratar de cinema português, talvez seja melhor especificar o que é que é bom: os actores são óptimos, o enredo é muito divertido e com alguns pormenores de verdadeiros artistas da escrita e, sim!,a imagem também é boa, bem como o som e a banda sonora…
Tenho dito…
Classificação:
*****
Não me lembro de ter visto este género em português desde os filmes dos anos 40. Ou, se vi, não me ficou na memória (vá-se lá saber porquê…). Por isso, num país sisudo nas notícias, nas atitudes e, nos últimos anos, no cinema, António-Pedro Vasconcelos surpreende-nos com um filme leve e engraçado.
O elenco é absolutamente extraordinário. As figuras principais – Soraia Chaves (a fazer da vedeta Mariana, vítima das revistas cor-de-rosa) e Marco d’Almeida (o simpático paparazzo) – relacionam-se com a ternura e a química necessárias para que a sua história seja interessante. No que diz respeito à bela Soraia, dificilmente uma comédia lhe daria a oportunidade de superar a extraordinária performance que teve em “Call Girl”, mas, mesmo assim, consegue convencer-nos de que é uma rapariguinha a braços com os erros que cometeu na busca pela fama. Marco d’Almeida, a fazer de bom rapaz com uma pitada de artista infeliz, supera neste filme qualquer pedaço de novela em que o grande público o possa ter visto.
Os actores secundários são fabulosos, bem como os sub plots que os autores lhes ofereceram. Talvez este seja o verdadeiro segredo do sucesso do filme.... Pedro Laginha (um chef fascinado por japonesas), Maria João Falcão (uma editora de revistas cor-de-rosa dependente do açúcar e com uma boca porca), Ivo Canelas (o médico atiradiço), Nicolau Breyner (o realizador gay desanimado com a profissão) e, claro!, o inefável Nuno Makl - aqui oferecido ao público como um Kinder Supresa (perdoem-me a publicidade!) - contribuem em muito para o gracioso resultado final da obra. No caso de Nuno Markl, o enredo secundário da personagem – ele vai declarar a independência do prédio - é inesperado e mantém o público a rir a bom rir. Uma verdadeira revelação.
“A Bela e o Paparazzo” (que esteve para se chamar “Os Pinguins Só Ficam Cá Até Sábado”!) é, então, uma comédia romântica sem pretensões a ser mais do que isso. E, por isso mesmo, é um óptimo filme, independentemente dos critérios usados para o avaliar.
…Infelizmente, por se tratar de cinema português, talvez seja melhor especificar o que é que é bom: os actores são óptimos, o enredo é muito divertido e com alguns pormenores de verdadeiros artistas da escrita e, sim!,a imagem também é boa, bem como o som e a banda sonora…
Tenho dito…
Classificação:
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