segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Harry Potter e o príncipe Misterioso (Harry Potter and the Half-Blood Prince)

Half blood, half tudo...Já perdi a conta aos filmes do Harry Potter. Não sendo fã da saga em livro, fui ao cinema ver o primeiro filme e fiquei surpreendida com a história consistente e surpreendente, numa obra cheia de personagens e efeitos especiais extraordinários. Depois, em cada Natal, era quase tradição ir ver o que o jovem feiticeiro andava a tramar.
No entanto, nos últimos filmes (já fora da época natalícia, se bem me lembro), a acção era tão intensa e com tantas referências aos acontecimentos passados, que todos os que não eram fãs da saga ou que, como eu, não têm o hábito de alugar os DVDs do filme anterior antes de ir ver o seguinte ficavam um pouco defraudados com o espectáculo. Mesmo que as personagens e os efeitos especiais continuassem marcantes, o respeito pelo espectador era muito pouco, já que o deixava duas horas a tentar adivinhar o que se teria passado no “episódio” anterior e a amaldiçoar a memória que não consegue guardar recordações de outras duas horas de entretenimento fútil acontecidas DOIS ANOS antes…
Neste filme tudo muda. A acção é ao ritmo da terceira idade (fácil de acompanhar, portanto!) e a história envolvente e praticamente sem referências ao passado, ou antes, quem conhece o passado das personagens entende as suas motivações mais profundas, mas quem não conhece consegue apreendê-las sem dificuldade. Até aqui, tudo bem. Um aplauso para o novo filme do Harry Potter… Ou talvez um aplauso para J.K.Rowling. É que ela deve ter escrito imensas coisas fantásticas, coisas que foram, de certeza, filmadas, mas que, como há que limitar o tempo de filme ao suportável, a equipa decidiu cortar na sala de montagem! Só assim se explica alguns “saltos” demasiado evidentes na acção, que deixam questões por responder… Por onde e porquê viajou Dumbledore? Porque morreu a tarântula de Hagrid e em que é que isso é importante para a história? De onde surgiu a caverna descoberta por Dumbledore? Ninguém sabe… Ou sabe, talvez, quem leu o livro… Talvez a equipa que nos presenteia com os filmes do Harry Portter tenha descoberto o verdadeiro cinema interactivo… O espectador leva trabalho para casa: ler um livro! Tenho esperança de que, para os seguidores da série em filme, as respostas a estas perguntas surjam daqui a dois anos no próximo filme. Seguindo as fórmulas anteriores, ainda vêm a tempo… Tal como a explicitação climática da razão do título do filme (que me parece muito mal traduzido para português, ou então estou a ver significados onde eles não existem...).
Sem querer revelar o final, o filme termina com a morte de uma personagem muito querida. Mas quando as luzes se acendem, os espectadores ficam um pouco confusos: é suposto acabar assim? A sério? ISTO era o (Sexto? Sétimo? Décimo nono? Eu podia googlar isto, mas a minha intenção é mesmo desafiar o leitor a lembrar-se…) filme do Harry Potter? Têm a certeza que não ficou a meio? A resposta é: não, não ficou. O próximo é que vai ficar a meio, porque o livro – “Harry Potter and the Deathly Hallows” – vai ser dividido em dois: “
Harry Potter and the Deathly Hallows Part I” e “Harry Potter and the Deathly Hallows Part II”. …Mal posso esperar…

Classificação:
**