quarta-feira, 8 de abril de 2009

Dupla Sedução (Duplicity)

Um aplauso para o guião. É louco, original e divertido. Um tanto ou quanto exagerado em algumas cenas, mas costumam ser essas que ficam na memória, depois de concedermos o “hum, ok… talvez…” bem ponderado. A cena em que mais tenho dificuldade em acreditar é a que coloca os dois CEO’s dos dois impérios da cosmética à porrada num hangar de um aeroporto… Mas… hum, ok… talvez…
O melhor do filme está, então encontrado: o guião. A história. É deliciosa. Cheia de reviravoltas e novas informações, com muitas cenas repetidas em que se acrescenta mais um ponto e mais um conto numa história de espionagem industrial cheia de pontos e contos na busca do Santo Graal da cosmética. Até o produto em si, o que busca toda a gente afinal, é delicioso, irónico e é uma ideia muito, muito bem conseguida. Apenas uma pista: não, NÃO É o creme anti-rugas definitivo!
Na verdade, surpreende-me muito que seja o guião a merecer aplausos. Com dois actores como Julia Roberts e Clive Owen, eu achava que não ia ter olhos para mais nada. Mas tive. Porque me parece que algo falhou naquela dupla. Para dois amantes amantíssimos, falta química a rodos. São eficientes na transmissão dos textos, mas não são eficazes na transmissão daquele little something que faz os apaixonados não se resistirem… Será que o Clive cheira mal da boca? Será que a Julia não usa desodorizante? …Algo se passou… E falhou redondamente. O que é uma pena.
O filme acaba por resultar num exercício algo confuso e demasiado cerebral, embora nos leve por um caminho de hipóteses que se vai alargando até ao grande final, em que tudo faz (claro!) mais sentido. Infelizmente, não resulta em pleno. E desconfio que tem muito a ver com a falta de química dos actores, mas não só… Mas, como não sou crítica de cinema, em vez de aventar 500 hipóteses para explicar porque é que não resulta, vou deixar que seja o espectador a decidir. Talvez depois nos possa ensinar qualquer coisa …


Classificação:
***