
Imagino que Ellis escreva bons livros, no entanto, o cinema tem outra estrutura. Seguir quase uma dezena de personagens à deriva (a cada cena surge uma referência a outra personagem!), sem perceber muito bem o que é que é importante e qual a informação que pode ser esquecida, torna a película, no mínimo, estranha. Claro que tudo faz sentido quando chegamos ao fim, fim. Mas o “AH!” final não chega para que o espectador saia do cinema com uma sensação de plenitude. E, neste caso, o “AH!” final até foi plantado ao longo da história, mas é tão absolutamente óbvio nos tempos que correm que nenhum espectador quer acreditar que o filme “é sobre” aquilo. Fica uma garantia: uma vez por ano é possível que este filme passe na TV em comemoração de uma efeméride que, infelizmente, continua a fazer sentido…
Com um elenco de peso, o filme prometia mais. Kim Basinger, Winona Ryder, Billy Bob Thornton, Jon Foster e Mickey Rourke partilham o ecrã numa história que, provavelmente, eles conheceram de perto. Mas o destaque vai obrigatoriamente para Brad Renfro (o puto de “O Cliente”!) e Amber Heard. O primeiro porque era um dos jovens actores mais promissores de Hollywood e teve neste filme a sua derradeira interpretação (morreu em Janeiro de 2008 com uma overdose acidental de heroína). A segunda porque tem o papel central da história (se não o principal) e, além de ser lindíssima (característica sempre importante quando se fala em actores de Hollywood), tem aqui uma prestação irrepreensível.
Mas, mesmo com todas estas estrelas e jovens fabulosos, o filme só se recomenda a quem quer viajar sem saber para onde… ou então a quem quer ver umas boas cenas eróticas no grande ecrã… Ah! E merece um prémio quem conseguir explicar porque é que ele se chama “Os Informadores”. Procura-se uma explicação convincente (e provavelmente metafísica) para que o nome da digressão de uma das personagens seja usado para o filme inteiro...
Classificação:
**